terça-feira, 16 de abril de 2013

Por que o preço do tomate está tão caro



Por que o preço do tomate está tão caro?” Pergunta-se o programa Fantástico da Rede Globo nesse último domingo quando transmite seu resumo semanal notícias como verdade única e absoluta do que ocorre no Brasil e no mundo. Será que a pergunta não pode ser mais profunda, poderia esse programa se perguntar, por que o tomate no Brasil nunca foi barato? Por que a sexta básica não para de subir, mesmo em safra e entressafra? O brasileiro tem condição financeira de alimentar de maneira que assista suas necessidades de vitaminas, cálcio, ferro, etc?
O tomate virou a bola da vez, piadas nas redes socais, reportagens e fruto de análise de especialistas economistas que culpam as chuvas, pragas, tudo menos o perfil do campo no Brasil e a forma de produção uso e descarte do tomate, os impactos dos agrotóxicos e transgênicos para a saúde humana e o consumo pelos brasileiros de 1,5 litros de veneno por ano!
Por que, sendo o Brasil um dos maiores produtores agropecuário do mundo, temos ainda índices de desnutrição e fome vergonhosos. Lembrando que, como disse há mais de meia década Josué de Castro alimentação é mais que almoço, janta, é a nutrição do corpo de acordo com as necessidades individuais. E que a comida, assim como o trabalho, virou mercadoria e quem não trabalha nem tem dinheiro e não como! E quem trabalha tem dinheiro e não come.
Mas mesmo no século XXI enfrentamos problemas porque escolhemos plantar soja e milho para servir de ração pra animais em outros países, laranja, melão e uma infinidade de hortifrutigranjeiros para circularem nas principais redes de supermercados da Europa e Estados Unidos, e, tomate com quantidades inaceitáveis pelas normas internacionais de agrotóxicos, que não são consumidas pelos proprietários, por medo de infecção, mas são mandados para as feiras e supermercados do Brasil.
Escolhemos manter o latifúndio mesmo improdutivo ou com trabalho escravo, destruindo a Amazônia e o Cerrado, e expropriando, matando e sepultando em covas rasas trabalhadores do campo. Escolheram por nós e aceitamos uma conjuntura que nos faz temer ao comprar comida e ver somente a parcela da economia que nos faz comprar, ou não, consumir e descartar, sem perceber as relações estabelecidas nos caminhos até a chegada à feira do produto.

Anderson Camargo
08/04/2013.

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