domingo, 15 de maio de 2011

Dia 11.Paralisação Nacional da Educação.

Na última quarta-feira, 11 de maio, professores (as) e profissionais da educação no Brasil paralisaram suas atividades para movimentar ações políticas no sentido de estimular a participação popular nas decisões centrais da Educação em nosso país.

Com várias pautas, entre elas a elevação dos investimentos em educação, de 5 para 10% do PIB, Piso Nacional para Educação e um Plano Nacional de Educação – PNE, que reflita as necessidades e a conjunturas da sociedade brasileira contemporânea, que não coloque a educação em nosso país unicamente como prestação de contas das negociações executadas com os organismos centrais do capitalismo.

Dentro dos avanços e das limitações na luta docente no Brasil esse foi um momento ímpar na história da categoria. Há alguns dias o STF – Superior Tribunal Federal, última instância da Justiça, julgou inconstitucional a investida jurídica de governadores e prefeitos brasileiros que questionavam a execução do PISO em todo país. Essa que pode ser considerada a maior vitória dos professores que militam por essa causa há pelo menos vinte anos refletiu na paralisação como eixo central das mobilizações. Segundo a nova lei os (as) professores (as) terão salários reajustados e carga horária reduzida para 27 horas semanais em sala de aula.

Na cidade de Crato – CE professores, alunos e outros profissionais da educação compuseram um grande ato político que tomou as ruas do centro da cidade para expressar o desejo por outra conjuntura na educação braseira. Com faixas que entoavam gritos como “piso é Lei faça Valer!”, “Chega de Burocracia! Educação e Democracia”, os manifestantes, em tom de exigência, demonstraram o seu desconforto com a gestão Estadual para a Educação. Com acusações contundentes ao Governo do Estado que demonstram o histórico falta de compromisso em promover qualidade da atividade docente, sendo necessário tramitar por anos em TODAS as instâncias da justiça brasileira para cumprir um direito mais que legal, LEGÍTIMO, PISO NACIONAL PARA EDUCAÇÃO!

Além do Governo, o Sindicato da Categoria recebeu severas críticas no tocante as suas últimas atuações em audiências com o Governo, tendo em vista o tom de calma e espera, os (as) professores (as) expressaram o seu descrédito na instituição que não tem favorecido a mobilização dos profissionais para um levante Estadual contrário as intervenções negativas dos últimos governos.

As ruas da cidade de Crato receberam uma grande aula, que há algum tempo com esse nível de mobilização e discussão política, não se vê nessas ruas tão paradas. Uma por uma as escolas iam descendo ao centro, em caravanas com professores e alunos munidos de faixas, apitos que tomaram por uma manhã a atenção dos fluxos da cidade.

A praça cheia reflete o desejo do povo por um outro tratamento à Educação em nosso Estado, chega de omissão da categoria e do Sindicato! Chega de migalhas para o professor, de falácias e mentiras de qualificação disfarçadas em aparatos tecnológicos que na realidade reafirmam as relações de dominação desejadas para manter uma educação descomprometida com a superação de situações de exclusão de grande parte da sociedade. BASTA DE BUROCRACIA! EDUCAÇÃO DEMOCRACIA E PARTICIPAÇÃO POPULAR!

Anderson Camargo
Professor da Rede Pública Estadual de Ensino do Ceará.














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