Quem somos? Como buscar um paradigma que nos sintetize, nos resuma em palavras, nos conjugue de maneira satisfatória, tendo em vista a complexidade da diversidade de ser humano e as curvas e caminhos que a vida nos leva?
Como expressar a caminhada cosmopolita que fazemos desde que nascemos, esse cortejo que nos faz, enquanto fazemos nossa existência?
Posso dizer que sou um ser se fazendo, em construção, construindo e sendo construído, num movimento rápido e lento, mais de recebimento que seção, seção em atos do ser que construí/mos ao ruminar as vivências, os sons, as personalidades, os causos que nos distanciam ao nos aproximar de onde estamos e para onde desejamos ir. Um ser a caminho. Uma pessoa que se faz, fazendo pessoas e construindo o mundo.
Um cara cheio e vazio de muito amor e ódio, amizade e desprezo, carinho e desdém, atenção e esquecimento, vontade e desânimo, meio ato e espírito, adepto do mistério e da evidência, desse canto e do mundo, meio Leblon e Pernambuco.
Levo a vida bailando na tribo ao som dos stones, frevando ao som do mano de Ben e Bethânia, no voo do carcará e da asa branca dos Gonzagas e Holanda, nos amores da Mata, na Cartola de Gil, na lata do lixo ouvindo a voz da América, Seco e Molhado ao som de vários Jorges, Ramalhos e Rock Seixas. Cultuando Santos em Monte de Tamaracá, encovando Velhos aos batuques dos mangues. Tentando viver em Legiões ao som de Elza e Caymis, e Instigado pelos Tons dos Novo Baianos percebo que tudo que precisamos é de amor, desde Alzira que bebe vodka no Recife passando pelas ruas povoada de amor de Liverpool até o cruzamento da Paulista com a São João caetaneada e djavaneada tantas vezes...
Anderson Camargo